sábado, 9 de novembro de 2024

Professora com o dom da ubiquidade

Muitos anos atrás, o Ministro da Educação manda fazer uma auditoria às instituições educativas de uma determinada ilha de Cabo Verde.

Na sequência do trabalho de campo, o Auditor regista no seu relatório, a par de vários pontos fortes, algumas fraquezas, falhas ou desvios na atuação das instituições auditadas.

Um caso de irregularidade grave relatado pelo Inspetor-Auditor, merece ser trazido a esta página, pelo seu caráter caricato, salvaguardando o anonimato dos intervenientes:

O Auditor aproxima-se de uma sala de aula e fica surpreendido pelo estrondoso barulho que provém do local. Entra na sala e, perante a presença incomum do visitante, a turma emudece.

- Porque estão sozinhos na sala? - pergunta o auditor à turma, depois diz cumprimentos da praxe e da criação de um ambiente de tranquilidade e empatia.

- A professora Y não veio. Aliás, não costuma vir neste horário! - responde um aluno, que se apresenta como chefe da turma.

- Então o que fazem na sala sozinhos?

- Bem, como habitualmente, na última aula, a professora Y deixou uns exercícios para resolvermos na sala.

- Como habitualmente? Como assim?

- Ela aparece uma vez sim, outra vez não, porque dá aula à mesma hora noutra escola distante.

- O quê?

O meio sorriso na face dos alunos foi a resposta, pelo que o Auditor resolveu investigar, no imediato o que se passava. 

Depois de confirmar na Secretaria que a professora Y havia assinado o livro de ponto antecipadamente, sem ter comparecido no dia da ação de auditoria, o Inspetor apanhou o carro e foi à localidade onde supunha estar a lecionar a ilustre professora. 

Chegou lá quinte minutos depois e, dirigindo-se à turma que, de acordo com o horário consultado, tinha aulas com a professora Y, perguntou:

- Onde está a professora Y? Neste horário, ainda ela leciona, não é? E porque estão aqui sozinhos?

Perante esta tripla pergunta, a turma ficou calada, a olhar para o exasperado Auditor.

Este foi à Secretaria, onde pôde verificar que a professora Y assinara o livro de ponto nesse horário, mas com a antecedência de uma semana.

-Bem, sabe, senhor...

-...Auditor! - completou este, fora de si.

- Bem, neste horário, não costuma aparecer porque dá aula à mesma hora noutra escola distante.



O Auditor, desanimado, diz para os seus botões:

- A professora Y assina o ponto neste dia, em duas escolas distantes, mas não comparece nas mesmas. Claro, como pode estar ao mesmo tempo em dois sítios, se ela não tem o dom da ubiquidade?! Mas que cara de pau! Não podendo ser omnipresente, ao menos aparecesse numa das escolas! Mas ela, simplesmente, toma férias.

Praia, 9 de novembro 2024.

Bartolomeu Lopes Varela 






segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Chuva engraçada

Em Cabo Verde, a queda irregular das chuvas ocorre não só em termos de variação no tempo mas também no que tange à precipitação no espaço. Neste último quesito, a desigual distribuição espacial da Chuva apresenta, por vezes, contornos engraçados

Certa vez, à porta da Farmácia Africana, com medicamentos recém-comprados na mão, eu esperava que deixasse de chover, a fim de passar para o outro lado da Avenida Amílcar Cabral, onde deveria apanhar o autocarro, rumo à Achada Santo António.


Nisto, uma moça, que se encontrava na paragem do autocarro, ao lado da então Casa D. Celina Vasconcelos, grita para mim:

- Hei, mos, ben pa li, txuba ka sta txobi li nau.

- Modi? - indaguei, incrédulo.

- Ben, mos! Ala otokaru ta ben!

Hesitei. Olhei para ela, que não estava encharcada, e, zás, corri para o outro lado, quase sem me molhar. Ela não tinha mentido: o outro lado da rua estava seco!

- N-ka fla-ba bo? - diz-me a miúda.

- Verdadi go, obrigadu! - disse eu, com um largo sorriso de incredulidade 

Apanhei tranquilamente o autocarro e, sentado no lado esquerdo do veículo, pude apreciar esse fenómeno engraçado: chovia na metade da Avenida e a outra permanecia seca.

Praia, 14 de outubro de 2024.

Bartolomeu Varela 


sábado, 3 de agosto de 2024

Nota 20 em Português

Na Escola de Habilitação de Professores de Cabo Verde, em Variante, São Domingos, a professora D. Catarina Cunha, devolve aos alunos-mestres, devidamente corrigidas, as provas de Língua Portuguesa que aqueles tinham realizado na semana transacta.

Chegada a vez do aluno Goiaba (nome fictício), este lança um olhar para o canto superior da sua prova. Com o semblante de incontida alegria, pula de contente e, como se não bastasse, dirigindo-se para a turma, que o observa, com curiosidade, grita:

-Dja-m rabenta ku Katrina!!! (Tradução: Já arrebentei com a Catarina).

Olhando para mim (o melhor aluno da turma), pergunta:

-"6", kuantu bu tira? (Tradução: quanto tiveste?)

Cabe esclarecer que o meu número de aluno era "6" e, com frequência, era pelos respetivos números que os alunos-mestres se dirigiam uns aos outros.

-18, respondo e, curioso, indago: I bo? (Tradução: E tu?)

- 20! Mi é mais bon ki bo! (Tradução: Eu sou melhor que tu!).

Nisto, o chefe da turma, Penedo (nome fictício), que se aproxima do Goiaba, toma-lhe a prova e, ao ver a classificação, diz, em voz alta e audível para toda a turma:

- 0,20 valores!!! Asno!!! Nen bu ka sabi le numerus. (Tradução: Nem sabes ler números).

-Ah,ah,ah! - reage a turma com uma estrondosa e infindável gargalhada, enquanto a professora, que não compreende o Crioulo, olha para todos, entre divertida e curiosa.

Cabisbaixo, o Goiaba foi sentar-se, ciente de que passou de "o melhor" para o "pior" da turma.

No fim da aula, o chefe da turma, a pedido da professora, explicou a esta o que se tinha passado.

Pude ver no semblante da D. Catarina um misto de surpresa e discreto gozo.


Praia, 3 de agosto de 2024

Bartolomeu Varela 

domingo, 21 de fevereiro de 2021

O aluno e o pai forreta

Na escola, o professor pergunta ao aluno:

- Vamos imaginar que tu tens um euro no bolso e pedes ao teu pai mais um euro. Com quantos euros ficas?
- Com um euro. – responde o aluno.
O professor, irritado, diz:
- Não sabes nada sobre matemática!
E responde o aluno:
- E o professor não sabe nada sobre o meu pai…


In Anedota do dia
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http://www.anedotadodia.net/piadas/professores

Vocabulário:
☆ Forreta é sinónimo de "avarento", pessoa que não gosta de partilhar o que é seu, seja dinheiro ou outro bem

O ataque do crocodilo e o trabalho de matemática

Joãozinho chegou muito atrasado à escola e a professora perguntou:

- O que aconteceu?
- Fui atacado por um crocodilo! – responde o menino.
Chocada, diz a professora:
- Oh, meu Deus! Como você está?
Responde o Joãozinho:
- Estou bem, mas o trabalho de matemática ele comeu todinho…




😀😀😀😀
In
A Anedota do Dia
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O ministro da educação e a professora

 Certa vez, um homem navegando no seu balão, por um lugar desconhecido, ficou completamente perdido.

Mas ao ver uma senhora caminhando, reduziu a velocidade e a altitude do balão para 10m e gritou para aquela pessoa:
- Hei, você aí, por favor. Você sabe onde eu estou?
E a jovem respondeu:
- Você está em um balão a 10 m de altura!
Então o homem lhe perguntou:
- Você é professora, não é?

A moça respondeu:
- Sim... Puxa! Como o senhor adivinhou?
E o homem lhe respondeu:
- É simples. Você me deu uma resposta tecnicamente correta, mas que não me serve para nada...
Então a professora lhe perguntou:
- O senhor é ministro da Educação, não é?
E o homem:
- Sou... Como você adivinhou???
E a professora:
- Simples: o senhor está completamente perdido, não sabe o que fazer, e ainda quer colocar a culpa na professora.

Qual é a parte do corpo que chega primeiro ao céu?

 Na escola, na aula de religião e moral, a professora pergunta:

- Qual é a parte do corpo que chega primeiro ao céu?
Uma menina levanta o braço:
- As mãos, senhora professora!
- E porquê? – pergunta a professora.
Responde a menina:
- Porque quando rezamos elevamos as mãos ao céu.
Ainda nem a professora tinha falado, retorquiu o Joãozinho:
- Não é nada disso, são os pés!
Intrigada, pergunta a professora:
- Ah sim, Joãozinho, e porquê?
Explica o menino:
- Bem, esta noite, fui ao quarto dos meus pais, a minha mãe tinha os pés no ar e estava a gritar: “Meu Deus, meu Deus, estou a ir pró céu… estou a ir pró céu… “ – e continuou o Joãozinho:  
– E ainda bem que o meu pai estava em cima dela a segurá-la, senão, lá ia ela…
😀😁😁



In
Anedota do Dia

http://www.anedotadodia.net/piadas/professores

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