domingo, 21 de fevereiro de 2021

Qual é a parte do corpo que chega primeiro ao céu?

 Na escola, na aula de religião e moral, a professora pergunta:

- Qual é a parte do corpo que chega primeiro ao céu?
Uma menina levanta o braço:
- As mãos, senhora professora!
- E porquê? – pergunta a professora.
Responde a menina:
- Porque quando rezamos elevamos as mãos ao céu.
Ainda nem a professora tinha falado, retorquiu o Joãozinho:
- Não é nada disso, são os pés!
Intrigada, pergunta a professora:
- Ah sim, Joãozinho, e porquê?
Explica o menino:
- Bem, esta noite, fui ao quarto dos meus pais, a minha mãe tinha os pés no ar e estava a gritar: “Meu Deus, meu Deus, estou a ir pró céu… estou a ir pró céu… “ – e continuou o Joãozinho:  
– E ainda bem que o meu pai estava em cima dela a segurá-la, senão, lá ia ela…
😀😁😁



In
Anedota do Dia

http://www.anedotadodia.net/piadas/professores

Revisão gramatical angolana

 Recebi de um amigo esta bem-humorada revisão gramatical, supostamente angolana, com o pedido de o partilhar com o(a)s amigo(a)s desta página:

REVISÃO GRAMATICAL ANGOLANA

🎯 ABREVIATURA - ato de se abrir um carro de polícia;

🎯 CÁLICE - ordem para ficar calado

🎯 CATÁLOGO - ato de se apanhar coisas rapidamente.

🎯 DESTILADO - aquilo que não está do lado de lá;

🎯 DETERGENTE - ato de prender indivíduos suspeitos;

🎯 DETERMINA - prender uma garota;

🎯 ESFERA - animal feroz amansado;

🎯 HOMOSSEXUAL - sabão em pó utilizado para lavar as partes íntimas;

🎯 NOVAMENTE - diz-se de indivíduos que renovam sua maneira de pensar;

🎯 RAZÃO - lago muito extenso, porém pouco profundo;

🎯 SIMPATIA - concordando com a irmã da mãe;

🎯 TALENTO - característica de alguma coisa devagar;

🎯 VOLÁTIL - sobrinho avisando ao tio onde vai

🎯 MINISTÉRIO - aparelho de som de tamanho reduzido

🎯 ARMARINHO ar proveniente do mar

🎯 UNÇÃO erro de concordância, o correto seria: um é.

Gostaram? 😍
Mantenham o bom-humor, sempre!😀😁


sábado, 5 de dezembro de 2020

O Parlamento, a língua portuguesa e os valores - os exemplos que vêm de cima

Como professor e investigador educacional, tenho-me preocupado seriamente com os défices de ensino-aprendizagem da língua portuguesa em Cabo Verde.

Se, em certa medida, é compreensível e até mesmo aceitável a responsabilidade que é imputada aos docentes, o estado da língua portuguesa no país crioulo deve-se a diversos fatores, nomeadamente de natureza histórico-cultural, sociolinguística e política, que aqui não analisamos.

Mas os exemplos que vêm de cima, nomeadamente do Parlamento cabo-verdiano, são, amiúde, pouco abonatórios para a educação dos mais jovens, não apenas no que concerne ao domínio da língua portuguesa mas também, em particular, em termos de assunção de valores éticos  e do cultivo de boas maneiras e outras normas de trato social. 

O vídeo que se segue é ilustrativo de como os bons exemplos nem sempre vêm, no caso, do Parlamento cabo-verdiano: 






Os manuais e o burro

Há dois anos, estalou em Cabo Verde o  chamado "escândalo dos manuais", que marcou negativamente a atuação de altos responsáveis do Ministério da Educação, acusados de negligência e incompetência na gestão do processo de produção de alguns manuais, nomeadamente de Língua Portuguesa e de Matemática,  que foram colocados no mercado com numerosos erros de conteúdo e gralhas.

Profesores, encarregados de educação e setores da sociedade civil reagiram a essa situação, pedindo a retirada de circulação desses manuais e a demissão dos principais dirigentes.

Ao que se diz, até um burro resolveu entrar na "rejeição" desses manuais, como bem o ilustra um vídeo humorístico que o génio crioulo produziu  e fez circular amplamente nas redes sociais.
Transcrevemos o que "disse" o buro (ver imagem) no referido vídeo:

Em crioulo:
Nhos txoman kes djentis ki sta fazi livru pa kriansas studa n'el, nhos fla's ma mi n'ka mesti kolega mas ki si, padja ka ten, txuba ka txobi, i mi 'n ka kre dividi kumida ku nindjen

Tradução para o Português:
Chamem essas pessoas que fazem livros para a aprendizagem das crianças e digam-lhes que não preciso de mais colegas: não há pasto, não choveu e e eu não quero dividir a comida com mais ninguém.

Imagem do burro no famoso vídeo






 



terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A carta

Anastácio Lopes, o célebre  humorista cabo-verdiano,  conhecido vulgarmente por Nho Puxinho, conta a história de uma carta ao Compadre Magalhães, escrita em "português", que o destinatário teve de mandar traduzir para a língua de Camões para poder ser compreendida.

Este conto  ilustra, com o exagero desculpável de um conto humorístico, a forma como em certos setores da sociedade cabo-verdiana se faz uso do Português,  língua oficial em Cabo Verde.

Carta ao Compadre Magalhães

domingo, 29 de julho de 2007

Inactivo em actividade!

Passo a partilhar convosco um caso com que me defrontei no desempenho de determinado cargo, no Ministério da Educação. Mais do que humorístico, revela como, às vezes, se pode cumprir a lei e fazer a justiça por linhas tortas!

Num processo disciplinar, instaurado na sequência de uma denúncia, ficaram provados os factos de que era acusado um docente, por sinal muito dedicado e, porventura, o que, na altura, mais se destacava no concelho em que trabalhava. Só que os factos de que o professor era acusado, e que o próprio confessou, tinham de ser levados às últimas consequências, em cumprimento da lei.

Embora considerando todas as atenuantes, não havia como não aplicar-lhe a sanção disciplinar correspondente à infracção de que era acusado. Por outro lado, não era possível determinar-se a suspensão da sanção aplicada, visto que a pena em questão (inactividade por seis meses) era e é insusceptível de tal medida.

Não se insurgindo contra a pena de seis meses de inactividade, que havia sofrido, até porque receava a demissão, o arguido surpreende-me, entretanto, com o pedido que me formulou durante a audiência que lhe concedi, uns dias depois da notificação da pena:
- Senhor Dr., eu receava o pior, a demissão, mas agora lhe peço, por amor de Deus, um grande favor: não me afaste do trabalho!
- Mas o que acha que podemos fazer, senhor professor? Temos que aplicar-lhe a pena. É da lei!
- Eu poderia trabalhar durante os seis meses de graça, sem receber salário, mas não quero que, ficando em casa, durante seis meses, as pessoas – a família, a namorada, os colegas, enfim, todos – fiquem a saber da minha conduta passada, que me envergonha! Se vier a saber-se, não terei coragem para voltar à profissão e enfrentar as pessoas!...
- Mas, nos termos da lei, não lhe podemos permitir isso: a pena já foi notificada e vai constar do seu processo individual, pelo que as pessoas vão saber e…
- Senhor Dr., eu sei que, de acordo com a lei, a pena não vai ser publicada no Boletim Oficial. E as pessoas que conhecem o processo são idóneas e discretas; não vão divulgar o caso… De todo o modo, eu posso arriscar! Por favor! …
-Lamento, peça-me outra coisa, mas não esta…Não quero criar precedentes que depois não saberei gerir!

O professor, aparentemente resignado, saiu do meu gabinete, despedindo-se. Fiquei pesaroso, mas…

Já me tinha esquecido do caso quando, cinco meses depois, num certo dia do mês de Junho, visitei o concelho onde trabalhava o docente sancionado. Foi com grande surpresa que o encontrei a trabalhar nos Serviços de Coordenação Pedagógica da Delegação concelhia.

Meia hora mais tarde, discretamente, o docente em causa pede-me um minuto de atenção, que aproveitou para me dizer:

- Senhor Dr., não me denuncie, não me afaste daqui! Afinal, estou a cumprir a sanção, pois estou oficialmente afastado do serviço. Além disso, estou a trabalhar e não recebo salário. O meu remorso pela conduta leviana do passado é outro grande castigo, não acha? Aquilo não se repetirá na minha vida! Por favor…
- Senhor Dr., peço perdão, mas tive pena e deixei-o trabalhar! E não me arrependi, pois tem sido o meu melhor professor – diz-me o Delegado do Ministério, que se aproximou, adivinhando, certamente, o conteúdo da conversa…

Pensei por momentos... O que acham que eu respondi?

Não respondi, mas pensei, comigo, que era um caso caricato: professor inactivo em actividade! De todo o modo, feitas as contas, já só faltava um mês de cumprimento da sanção e estava praticamente no fim o ano lectivo... Por outro lado, todos ficaram a ganhar, não? O Estado, o professor… Será que, neste caso, se fez a justiça por linhas tortas?



sábado, 28 de julho de 2007

A tramitação de um interessante requerimento


O episódio que se segue, absolutamente verídico, mostra que a questão do domínio da língua portuguesa em Cabo Verde e, provavelmente, no espaço lusófono, precisa de maior atenção.

1. Um alto dirigente do Ministério da Educação de Cabo Verde recebe um requerimento do seguinte teor:

“F de tal ___, Licenciado em Cumunicação Social pela Universidade de ____, venho mui respeitosamente requerer ao Vossa Excilência se digne mandar admitir-me numa das vagas de docente ou técnico superior ezistente ou que venha a ezistir, de prifirência na cidade da Praia.

Pede indeferimento.

Praia, ….
Assinado: F de tal"

2. Analisado o requerimento, o dirigente em questão não hesitou. Exarou, de pronto, o seguinte Despacho:

“Concordo com o indeferimento do pedido formulado pelo próprio requerente, cuja duvidosa competência transparece, aliás, claramente, no texto do requerimento.
Praia, …
O ____,
Rubrica”

3. Descontente com o teor do despacho, o autor do requerimento faz a seguinte reclamação perante
aquela entidade:

“F de tal ___, Licenciado em Cumunicação Social pela Universidade de ____ , encorformado com o dispacho que Vossa Excilência se dignou ezarar sobre o meu riquirimento de ____ vem reclamar do seu inuzitado dispacho com o siguinte fundamento: embora o meu riquirimento mereceu sua concordância, Vossa Excilência ensinuou acerca da minha competência, o que não deixa de ser inuzitado e afrontoso, pois que o cignatário é altamente competente, sendo possuidor de Licenciatura em Cumunicação Social por uma das mais pristigiada universidade do espaço lusófono.

Pede indeferimento.
Praia, ….
Assinado: F de tal”

4. Dias depois, o requerente recebe novo despacho superior, exarado sobre a carta de reclamação:
“Não descortinando o motivo da reclamação do requerente, porquanto o seu pedido de indeferimento foi por mim aceite, confirmo o meu despacho anterior, com base, aliás, em novas evidências de duvidosa competência constatadas no texto ora em apreço.
Notifique-se.
Praia, …
Rubrica”


Nota: Não se sabe se o ilustre Licenciado acabou por entender o que verdadeiramente se passou, mas alguém o terá ajudado nesse sentido, pois não voltou à carga.

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